A dor traz mensagens: recebe-as, elas trazem notícias de ti e da cura


Samuel ligou-me a semana passada, precisava de uma massagem urgente. Eu estava de saída para umas curtas férias, marcámos para hoje, uma semana depois.

Na semana passada todas as costas lhe doíam. Destacavam-se a região lombar, os ombros e rigidez nas pernas. Tinha então acabado de decidir a separação e era necessário continuar a vida, procurar nova casa, recomeçar sozinho.

Uma semana depois estava já separado, instalado e as dores tinham passado dando lugar àquele vazio próprio de quando se vai um amor.

Não foi ao médico, não tomou medicamentos e as dores passaram.

A maior parte das dores passa sozinha. São sintomas de dificuldades emocionais, conscientes ou não, e vivendo nós através do corpo, elas manifestam-se nele para que a dificuldade se possa libertar.

O que é que se pode fazer para lidar com a dor? Muita coisa! Acolhê-la e deixá-la manifestar-se, tentando perceber o que poderá querer dizer. Meditar, fazer yoga, dar um passeio ao ar livre para o corpo relaxar e ajudar a dor – e com ela o stress – a libertarem-se mais facilmente. Receber uma massagem que vai relaxar e ajudar a aliviar esse ponto de tensão, libertando-o e ajudando a libertar a própria causa. Pode também, em muitos casos, ser necessária ajuda cognitiva: psicoterapia, rebirthing, coaching, etc. Aliás, eu considero este tipo de apoio importantíssimo a nível de auto-conhecimento e de ajuda para irmos mantendo mais ou menos arrumadas as complexidades imensas que nos habitam.

O que é que a maior parte das pessoas faz? Procura ajuda médica ou apenas medicamentosa, e dessa forma varre a poeira para debaixo do tapete. A dor é atenuada mas o problema mantém-se, mal passa o efeito do comprimido volta, e novamente debaixo do tapete e volta e debaixo do tapete.

Por causa desses medicamentos surgem outros problemas – a tensão alta, a dor de estômago, o colesterol, etc., etc., e mais comprimidos. E é assim que a indústria farmacêutica tem um negócio sem fim montado, porque esta forma de tratar problemas o perpetua e traz mais.

Há uns dias numa farmácia da Amadora havia uma boa dezena de pessoas acima dos 60 anos, levavam sacos grandes cheios de medicamentos. A imagem que me veio foi a de que nas veias destas pessoas não corre sangue, correm químicos.

(Considero, acredito - até pelos testemunhos de médicos e investigadores holísticos - que por vezes os medicamentos são necessários, tal como as cirurgias, mas muito menos vezes do que se pratica. São os dois últimos casos a considerar.)

Eu sei que muitos dos que me estão a ler me acham louca, porque aprenderam (aprendemos todos) que as doenças físicas são físicas e têm que se tratar com medicamentos. A mim a primeira pessoa que chamou a atenção para o contrário foi uma psiquiatra. Eu acompanhava o então meu companheiro a uma consulta, ele estava fortemente perturbado emocionalmente e a nossa vida espelhava bem um universo de Dante. Eu estava de joelho dobrado, com canadianas. Andava há uns três meses assim e nenhum médico encontrava o motivo. A psiquiatra disse “Atenção que problemas emocionais provocam problemas de saúde reais.” Um mês depois separámo-nos e no dia seguinte o joelho ficou bom.

Aquele joelho queria-me dizer que a minha vida com aquele homem não avançava, eu é que ainda não o sabia ler.

Hoje recebo as dores como mensageiras, não tento livrar-me delas, escolho cuidar-me. Por vezes ficam alguns dias, outras são bem rápidas a ir embora. E está tudo bem. Até hoje estou a conseguir lidar com tudo sem enterrar a cabeça na areia e ao não as matar permito que os stresses que elas guardam se libertem. Desta forma vou ficando cada vez mais limpa, saudável e feliz.


Igual, igual, igual para as doenças hereditárias. São padrões de família, é preciso desmontar e/ou curar o que lhe deu origem.

Comentários

  1. grato pela partilha querida amiga.E pelo teu amor e cuidado com que me inspiras.
    Carlos Ferreira

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Em retiro durante o mês de Setembro, peço que cuide de si

Comentários sobre as minhas massagens