Desafio: Vamos sentir?!


Há uma tendência global, aprendida, de correr a matar o que se sente.

Dói-me a cabeça tomo comprimido, não durmo tomo comprimido, apetece-me sorrir ao mundo, aperto bem e não deixo sair nem um sorriso, senão ainda me chamam maluca; apetece-me chorar mas não choro que os homens não choram.

A tendência global é para não sentir. Tomam-se comprimidos, bebe-se, come-se, fuma-se, fala-se sem parar para calar o que se sente. Mas como o que se sente existe, ele não vai desistir enquanto não for realmente ouvido. E é aí que surgem as pernas partidas, as depressões, as pedras nos rins, e mais uma infinidade de sintomas até chegar aos mais drásticos de todos, os que não têm volta atrás. Pelo caminho, em tanta busca de não sentir, vai-se sentindo uma grande frustração, que no seu íntimo nos quer dizer que não nos estamos a ouvir, a acolher, abraçar, aceitar e amar.

As dores querem ser ouvidas. Normalmente pedem-nos apenas: dá-te atenção, dá-te colo, descansa, relaxa. Nesses casos se nos damos um passeio, mergulhos no mar, meditação, uma massagem, não só passam as dores como ainda nos sentimos rejuvenescidos, revigorados e mais felizes.

A vontade de chorar quer que as lágrimas saiam de facto, quer que saia a tristeza, a mágoa, a comoção, o quer que seja. Às vezes quer que saia a sós, outras precisa de um colo amigo. Uma vez liberto o choro ficamos mais leves, a sentir-nos em paz, muitas vezes revitalizados, cheios de alegria. Faz parte da vida chorar, está tudo bem com chorar, está tudo muito mal é com o acto de não deixar as lágrimas saírem e dessa forma, criando uma barreira, damos lugar à doença.

A vontade de rir pede gargalhadas; a necessidade de afecto pede abraços, sorrisos, palavras escutadas; a necessidade de prazer pede diversão natural - conversas do coração, gargalhadas, o conhecimento de novos lugar, prazer dos sentidos.

O corpo tem capacidades de auto-cura. Quando a doença surge quer dizer que existe desequilíbrio. O primeiro passo deve ser sempre a procura desse equilíbrio de formas naturais: o passeio, o descanso, a alimentação mais cuidadosa, o exercício físico, a meditação, a massagem. 

É desta forma que nos podemos realizar como pessoas. Tratar sintomas é o mesmo que pôr remendos: dentro de algum tempo já não há ponta por onde se pegue. Tratar sintomas, seja por que método for, é o mesmo que a alimentação através da fastfood.

Está nas mãos de cada um de nós dizer o que quer na sua vida. As desculpas são só obstáculos auto-criados. E os obstáculos, para quem quer viver uma vida plena (e todos temos potencial para isso), servem exclusivamente para ser ultrapassados.


O meu desafio é: Vamos sentir?!

Vai doer? Vai! Mas também vai ser bom como nunca foi e, mais importante que tudo, vamos poder ser nós próprios e não produto de um argumentista muito pouco amigo da vida.

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