Só a coragem liberta e cura
Vinha tristinha, confusa, cheia de dúvidas sobre a sua vida pessoal e profissional, sobre amores e desamores. Ouvi-a e falei imenso.
Tem 22 anos e, como acontece à maior parte das pessoas desta idade, está cheia de sonhos, de desejo e capacidade de realização, mas também de dores e de vontade de querer aprender a lidar com elas sem comprimidos. Mas que caminhos seguir?
Deste lado eu com tantas coisas para ensinar e tanto desejo quanto ela de transmitir o que sei.
Até que chegou a altura da massagem. Dois minutos depois de lhe colocar as mãos no corpo começou a chorar, 15 minutos depois o seu rosto era de imensa tranquilidade e disse-me que se sentia muito bem; até que as minhas mãos chegaram à zona onde se guardam as emoções.
O ventre falou-me de raiva, de ressentimentos, de culpas, de pequenas e grandes violentações.
Estava completamente entregue, completamente aberta à sua própria cura. Pude ir fundo no seu ser. A libertação de um trauma tão profundo quanto enraizado levou-a a um choro aberto, livre.
Que é isto que saiu de mim? Perguntou-me no final.
“Não sei.” As nossas histórias estão guardadas no corpo a sete chaves, também histórias dos nossos antepassados, que herdámos como se herda a cor dos olhos, a altura, o génio ou a falta dele.
É preciso ir lá com as mãos e provocar a libertação. A psicoterapia é fundamental mas não é suficiente (tal como a massagem é fundamental mas não chega). É necessário aliar a capacidade de indagarmos a nosso próprio respeito e esperar que as respostas surjam (psicoterapia e técnicas similares), com a libertação do registo das memórias no corpo (massagem).
Por vezes esta libertação física traz à tona memórias, outras vezes a libertação acontece sem que haja entendimento a respeito do que estava preso. Umas vezes a libertação dá-se com dor, outras sem dor nenhuma, por vezes até com o imenso prazer suave e doce que este tipo de massagem proporciona. No fim, de uma maneira geral acontece a harmonização.
No final da massagem disse que sentia um grande alívio. Ostentava um sorriso aberto, lindo e doce. Hoje perguntei-lhe como se sentia, “Estou muito bem graças a ti”, respondeu-me.
Acho que B. vai ser uma maravilhosa cuidadora. Está-lhe no sangue. Abrir-se completamente à terapia e a ir ao encontro do desconhecido é imensamente libertador mas requer muita coragem, muita gente prefere coisas bem mais suaves.
Eu sempre me abri desta forma às terapias e por isso tenho vindo a transformar-me profundamente e a ganhar capacidade de ajudar as outras pessoas. B. é também assim.
O seu desejo de resolver as suas questões de forma natural, em vez de camuflar os problemas através de vias químicas, vai permitir-lhe crescer imensamente como pessoa, ser verdadeira e livre, e ajudar outras.
Só por hoje sinto-me feliz e grata!
Tem 22 anos e, como acontece à maior parte das pessoas desta idade, está cheia de sonhos, de desejo e capacidade de realização, mas também de dores e de vontade de querer aprender a lidar com elas sem comprimidos. Mas que caminhos seguir?
Deste lado eu com tantas coisas para ensinar e tanto desejo quanto ela de transmitir o que sei.
Até que chegou a altura da massagem. Dois minutos depois de lhe colocar as mãos no corpo começou a chorar, 15 minutos depois o seu rosto era de imensa tranquilidade e disse-me que se sentia muito bem; até que as minhas mãos chegaram à zona onde se guardam as emoções.
O ventre falou-me de raiva, de ressentimentos, de culpas, de pequenas e grandes violentações.
Estava completamente entregue, completamente aberta à sua própria cura. Pude ir fundo no seu ser. A libertação de um trauma tão profundo quanto enraizado levou-a a um choro aberto, livre.
Que é isto que saiu de mim? Perguntou-me no final.
“Não sei.” As nossas histórias estão guardadas no corpo a sete chaves, também histórias dos nossos antepassados, que herdámos como se herda a cor dos olhos, a altura, o génio ou a falta dele.
É preciso ir lá com as mãos e provocar a libertação. A psicoterapia é fundamental mas não é suficiente (tal como a massagem é fundamental mas não chega). É necessário aliar a capacidade de indagarmos a nosso próprio respeito e esperar que as respostas surjam (psicoterapia e técnicas similares), com a libertação do registo das memórias no corpo (massagem).
Por vezes esta libertação física traz à tona memórias, outras vezes a libertação acontece sem que haja entendimento a respeito do que estava preso. Umas vezes a libertação dá-se com dor, outras sem dor nenhuma, por vezes até com o imenso prazer suave e doce que este tipo de massagem proporciona. No fim, de uma maneira geral acontece a harmonização.
No final da massagem disse que sentia um grande alívio. Ostentava um sorriso aberto, lindo e doce. Hoje perguntei-lhe como se sentia, “Estou muito bem graças a ti”, respondeu-me.
Acho que B. vai ser uma maravilhosa cuidadora. Está-lhe no sangue. Abrir-se completamente à terapia e a ir ao encontro do desconhecido é imensamente libertador mas requer muita coragem, muita gente prefere coisas bem mais suaves.
Eu sempre me abri desta forma às terapias e por isso tenho vindo a transformar-me profundamente e a ganhar capacidade de ajudar as outras pessoas. B. é também assim.
O seu desejo de resolver as suas questões de forma natural, em vez de camuflar os problemas através de vias químicas, vai permitir-lhe crescer imensamente como pessoa, ser verdadeira e livre, e ajudar outras.
Só por hoje sinto-me feliz e grata!
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